quarta-feira, 29 de abril de 2009

Mulher, fogo e água. Seria esta a ordem?

Don Juan é tradicionalmente conhecido como o ícone de macho sedutor e amante inveterado que se dedica a conquista e o sexo. Contudo, Lord Byron, no seu livro inacabado sob o titulo de Don Juan, busca corrigir, tratando-o menos como sedutor e mais como uma vítima dos desejos femininos e de seus infortúnios.

E se analisar os fatos dos dias atuais, constata-se que a realidade está menos para o mito do macho e mais para rito das fêmeas de Lord Byron .

O macho de hoje, em suas peregrinações noturnas, e diurnas também - quando sai para a caça tem a firme convicção de que vai comer a presa, e mais, a mais bonita de todas.
Ledo engano. Na maioria dos casos volta decepcionado com sua competência.

Já a mulher quando diz que vai a caça – esporte até pouco tempo atrás reservado aos homens – é muito mais competente e eficiente.
Raro é o caso de ela não alcançar êxito, trazendo a presa aos dentes, ou melhor, aos lábios, cujas características decorrem mais da intensidade de sua abstinência do que dos atributos da presa.
E quando ela está a fim de comer, e na sua expressão mais literal possível, não tem santo que a impeça.
Talvez seja esta a razão de terem criado aquele famoso dito popular: Água morro abaixo, fogo morro acima e mulher quando quer dar, ninguém segura.

Já os homens, na sua maratona, muitas vezes, nem fogo e nem água, mesmo que benta, ajudam. Tem que se contentar com a tocha olímpica na mão.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

As Mulheres de Tróia, e não o Cavalo.

Quatro mulheres estão diretamente envolvidas com o triste destino de Tróia. A guerra contra Esparta começou por obra de capricho feminimo. Foi provocada, sem querer, por uma primeira mulher, encaminhada por uma segunda (em benefício de uma terceira) e resolvida pela quarta.

Certo dia, em meio a banquete no Olimpo, a deusa Discórdia (primeira mulher) lançou à mesa um pomo de ouro com a seguinte inscrição: "Para a mais bela". O sábio Zeus, para evitar aborrecimentos, nomeou um mortal para dizer quem era a mais bela das deusas.

Entre estas se incluía Hera, sua mulher; sua filha Palas Atena, deusa da sabedoria; e Afrodite, deusa do amor.

O mortal era Páris, príncipe de Tróia. Ele deu o pomo de ouro para Afrodite (a segunda) porque ela lhe prometeu em troca o amor da mais bela mortal, Helena (a terceira), mulher de Menelau, rei de Esparta. Páris então raptou Helena. A guerra teve início e levou ao fim conhecido.

A deusa da discórdia está no princípio deste conflito e uma mulher (Helena) moveu os homens à guerra na qual outra mulher, a deusa Palas Atena (a quarta), ajudou a ganhar. Foi de Palas Atena, em vingança por ter sido preterida na beleza, a idéia da construção do cavalo de madeira.

As razões essenciais, portanto, estão ligadas à vaidade e à intriga - ambas advindas de uma mulher, a Discórdia.
( De Os Diálogos Impertinentes sobre o Feminino)